Banco Central tem atualizações sobre juros
Os integrantes do Copom avaliaram a queda de juros no começo de agosto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe econômica seguem em conflito pela alta dos juros com a autoridade monetária, após a decisão de manter a taxa Selic em 13,75% e sem perspectiva para a queda.
As apostas estavam no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) para sinalizar o início do ciclo de afrouxamento a partir de agosto.
O mercado já esperava uma redução de 0,25 ponto porcentual e chegou até a projetar a redução da Selic para o final de 2023 de 12,50 para 12,25.
Na terça-feira (27) a maioria dos integrantes do Copom sinalizaram em ata que estavam inclinados a iniciar um ciclo de cortes na taxa Selic, que atingiu 13,75% por ano, seu maior percentual desde 2017.
O parecer foi feito por responsáveis pela fixação dos juros básicos da economia. Eles determinaram pela continuidade da queda da inflação e seu impacto sobre as expectativas podem possibilitar uma queda dos juros em sua próxima reunião, marcada para o início de agosto.
“A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão [corte de juros] na próxima reunião”, informou o Banco Central.
Após a reunião, três diretores se posicionaram publicamente contra a decisão. Renato Dias Gomes, diretor da Organização do Sistema Financeiro e Resolução, afirmou em entrevista que o Banco Central não deve ter pressa para a redução de juros, indicando uma decisão contrária.
Diogo Cullen, diretor de Política Econômico do BC, anunciou que é necessário ter “paciência e serenidade” até o começo do processo de redução, sugerindo o voto oposto. O terceiro voto, de Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais, afirmou em entrevista, que não é possível prever quando os juros vão cair.
A única maneira de formar a maioria no Copom, com base nesses dados, é com Roberto Campos Neto se posicionar com os outros quatro diretores para formar o placar de 5 a 3, corroborando a chamada “avaliação predominante” do relatório.
O relatório do Copom veio com uma surpresa. O presidente do Banco Central, Campos Neto, apontado como principal adversário da categoria econômica do atual governo, parece ter se posicionado a favor de um possível indicativo de corte na taxa de juros em agosto.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad declarou que está otimista por um consenso em relação à trajetória dos juros.
“O Brasil está em trajetória fiscal sustentável e, portanto, a harmonização da política fiscal [relativa às contas públicas] com a política monetária [decisões de juros por parte do BC para conter a inflação], que é algo que e defendo desde dezembro, eu acredito que possa acontecer brevemente [um possível corte de juros]”, declarou o Ministro.
Até então, a previsão para a redução dos juros foram mantidas para agosto, quando passariam de 13,75% para 13,50% ao ano. Para o fim de 2023, a projeção é que a Selic caia para 12,25% ao ano.
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