O que empresas podem aprender com a crise contábil das Americanas SA?
Na quarta-feira (11/1), a Americanas SA anunciou “inconsistências contábeis” na companhia estimadas em R$ 20 bilhões, que levaram à renúncia do CEO Sergio Rial e do CFO André Couvre.
Apesar da revelação e da magnitude do acontecimento, a Americanas SA, que possui quase 4.000 estabelecimentos físicos e 4 e-commerce, ainda não explicou detalhes sobre o balanço.
Entretanto, esse acontecimento traz uma grande lição, que pode ser absorvida tanto por empresas em crescimento como pelas que já estão consolidadas no mercado: a administração das finanças sempre deve estar conectada ao Compliance, garantindo que o objetivo do negócio seja alcançado com transparência.
O QUE houve COM A CONTABILIDADE DA EMPRESA?
A ordem de grandeza foi encontrada no fechamento do último balancete trimestral (outubro, novembro e dezembro de 2022) e, com essa “bomba” no colo, coube aos investidores, gestores, analistas, contadores e auditores buscarem por conta própria uma explicação, e pensarem quais ações e ajustes terão que ser feitos no balanço contábil considerando essas inconsistências.
Separamos os principais aprendizados que o fato deixa para negócios. Entenda o contexto, veja erros que não devem ser cometidos em sua empresa e confira as soluções mais indicadas para evitar inconsistências.
APRENDIZADOS SOBRE O QUE EVITAR NO SEU NEGÓCIO
- Falta de transparência
Situações críticas nas empresas constantemente estão relacionadas à transparência: falta de registros, ausência de diálogo com investidores, acionistas, lideranças da gestão, fornecedores e credores.
Além de atingir diferentes públicos, a falta de transparência sobre a situação contábil e fiscal dá espaço à concorrência, sobretudo se esta tiver uma gestão bem estruturada e eficaz.
Essa ausência de controle, aos poucos, se torna uma bola de neve e faz com que a marca perca cada vez mais valor para o mercado ao diminuir a confiança de clientes e parceiros potenciais. Consequentemente, a queda da receita compromete a saúde e longevidade do negócio.
- ̉Dívidas com fornecedores
Ao que tudo indica, a origem do rombo bilionário se relaciona principalmente às dívidas com fornecedores, que podem ter sido subestimadas ao longo dos últimos meses ou anos.
Esse pagamento é feito antecipadamente por bancos, que a partir desse momento, tornam-se credores da Americanas SA, que tem a obrigação de pagar a dívida diretamente à instituição financeira. Tal operação, chamada de forfait, permite que o valor seja quitado durante anos, mas com juros que variam de acordo com o prazo estipulado para o pagamento.
O mais provável é que essas transações não tenham sido registradas como deveriam, ou seja, seria o fator que mais contribuiu para a situação atual.
- Problemas em relatórios
Ao deixar o cargo, Sergio Rial encontrou falhas para identificar financiamentos bancários que precisavam ter sido definidos como dívidas. Por conta dessa dificuldade de identificação, a ausência dos valores no balanço não era perceptível nem mesmo para os credores. A falta de transparência, de planejamento e acompanhamento impactavam diretamente nos relatórios apresentados para todos os envolvidos nas transações, de ponta a ponta.
- Desestrutura e pouco empenho para lidar com problemas
Nesse cenário, outro fator citado por Rial foi a falta de vontade da empresa em abordar e tratar problemas e desafios financeiros. Mais uma vez, o erro se transformou numa bola de neve que poderia ter sido evitada com organização e ações preventivas.
COMO RESGUARDAR SUA EMPRESA DE CRISES FINANCEIRAS?
A situação atual surgiu de uma soma de fatores relacionados à falta de acompanhamento estratégico financeiro. O rombo de R$20 bilhões aponta para a importância de uma boa gestão de riscos e de uma estratégia financeira a longo prazo bem definida.
Para empresas o acompanhamento profissional de uma contabilidade especializada e a orientação financeira, fiscal e tributária sempre será decisivo.
A terceirização da contabilidade é a opção mais indicada, para que o conhecimento e expertise de especialistas de mercado de diferentes portes e segmentos somem aos esforços do seu time interno, tornando decisões financeiras muito mais estratégicas.
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